
Artigonal.com - Equipe Editorial
Canal de comunicação destinado a profissionais de saúde e leigos no assunto SAÚDE MENTAL.
A ECT (eletroconvulsoterapia) é um tipo de tratamento biológico para transtornos mentais altamente eficaz e extremamente seguro. Em alguns casos pode salvar a vida de uma pessoa (alguém com ideação suicida ou que esteja definhando por falta de alimentação, por exemplo).
Desde os seus princípios nos anos 1930 (ver HISTÓRICO ) , a ECT foi utilizada para condições psiquiátricas nas quais outros tratamentos tiveram pouco ou nenhum benefício.
Independentemente da comprovada eficácia, contudo, muitos medos e incompreensões persistem com relação ao uso de ECT. Algumas pessoas reagem com surpresa quando este procedimento é mencionado, acreditando que é uma forma primitiva de prática médica. Outros associam a ECT com cadeira elétrica, originando receios sobre brutalidade e punição. Na verdade, a prática de ECT é hoje um procedimento humano e tecnicamente bem pesquisado, de eficácia comprovada, muito utilizado para certas condições.
Técnica
O tratamento consiste na aplicação de uma carga elétrica no cérebro, com o paciente anestesiado (é induzida uma anestesia geral com duração em torno de 5 minutos). Esta carga elétrica produz uma descarga do cérebro, originando uma convulsão (daí o nome eletroconvulsoterapia). Esta convulsão é bastante diferente da que ocorre nas pessoas com epilepsia pois é administrada ao paciente, juntamente com a medicação anestésica, uma medicação que promove um relaxamento muscular.
Durante a aplicação, é feito um controle do funcionamento cardíaco (com monitorização através de ECG) e da oxigenação do sangue (através de um oxímetro, uma espécie de dedal que avalia se a quantidade de oxigênio no sangue está adequada) , além de um controle da pressão arterial.
Os aparelhos utilizados para a ECT atualmente são muito desenvolvidos, permitindo que se dê uma carga de energia adequada para cada paciente. Pode-se realizar a aplicação bilateral (na qual os eletrodos são posicionados nas têmporas) ou unilateral (na qual os eletrodos são posicionados um na têmpora e o outro na região superior da cabeça). Durante o procedimento é realizado um eletroencefalograma para controle da crise.
Indicações
A principal indicação para o uso de ECT é a depressão, especialmente se for grave, ou resistente ao tratamento com remédios, ou nos casos em que haja um risco elevado de suicídio. A eficácia para este transtorno é muito alta (em torno de 90%) , comparada com as medicações (em torno de 70%).
Pacientes idosos, que são mais sensíveis aos efeitos colaterais das medicações antidepressivas podem se beneficiar bastante com a ECT.
Também pode ser utilizada para casos em que haja catatonia (uma síndrome comum na esquizofrenia na qual a pessoa fica completamente parada, sem falar e sem se alimentar).
Para pacientes com transtornos mentais durante a gestação (depressões, psicoses) a ECT é o tratamento mais seguro, pois os remédios podem fazer mal à criança, induzindo malformações, especialmente no primeiro trimestre da gravidez.
Pacientes com esquizofrenia ou Transtorno Bipolar do Humor em fase de Mania (ficam com o pensamento acelerado e o comportamento expansivo e incontrolável) também podem se beneficiar da ECT, especialmente quando o quadro é grave e/ou as medicações não obtiveram resultado satisfatório.
Riscos
Antes do início das aplicações, por questão de segurança relacionada ao risco da anestesia, é sempre realizada uma avaliação pré-ECT que consiste em:
exames laboratoriais (hemograma, glicemia, nível sérico de potássio)
eletrocardiograma e avaliação cardiológica
avaliação odontológica
exame de fundo-de-olho ou tomografia de crânio
raios-X de tórax
Apesar de ser um tratamento muito seguro, existem algumas condições nas quais há um risco aumentado e que, por isso, há uma contra-indicação relativa para o uso da ECT. É claro que, se o risco de ficar sem ECT for maior, deve-se fazer a ECT, tomando-se os devidos cuidados. As contra-indicações relativas são: Infarto do miocárdio recente (até 6 meses) , condições que aumentam a presssão intra-craniana (tumores ou hematomas) e aneurisma cerebral ou sangramentos cerebrais ("derrames"). Arritmias do coração devem ser avaliadas por um cardiologista pois a maioria não contra-indica a utilização de ECT.
Efeitos colaterais
São dois os principais efeitos colaterais da ECT: Dor de cabeça (que costuma melhorar com analgésicos comuns do tipo novalgina ou aspirina) e alterações na memória (que é recuperada completamente no prazo máximo de 6 meses). Com as técnicas modernas, estes efeitos são leves e pouco freqüentes.
Curso do tratamento
A ECT costuma ser realizada três vezes por semana, levando uma média de 6 a 12 aplicações para apresentar o seu efeito (mínimo de 1 e máximo de 20 aplicações).
Pode ser feita com o paciente internado ou em regime ambulatorial (o paciente vem da sua casa para a sessão e, depois que acorda da anestesia, volta para casa).
A freqüência e o número das aplicações é decidido pelo consenso entre o médico do paciente que indicou a ECT e a equipe especializada.
Se o paciente responde bem ao tratamento, pode ser realizada a ECT de manutenção, na qual as aplicações vão sendo espaçadas (primeiro semanalmente, depois quinzenalmente e, por fim, mensalmente).
Não há limite para o número máximo de aplicações que uma pessoa pode receber em um esquema de manutenção.
O QUE É ENFERMAGEM?
É uma ciência e uma arte. A ciência da enfermagem deseja proporcionar um corpo de conhecimentos abstratos, resultantes de pesquisas científicas e análises lógicas, e deseja ser capaz de transferir esses conhecimentos para a prática. O uso criativo e imaginativo do conhecimento para a melhoria do homem encontra expressão na arte da enfermagem.
É uma ciência empírica, cujo propósito é descrever e explicar o fenômeno central de seu interesse (o homem, indivíduo ou grupo) e de predizer a seu respeito; descrição, explanação e predição são os precursores da intervenção baseada em conhecimentos.
Cabe à enfermagem desenvolver atividades para a manutenção e promoção da saúde, bem como para a prevenção de doenças, sendo de sua responsabilidade o diagnóstico e a intervenção de enfermagem. Seu objetivo é assistir as pessoas para atingirem seu potencial máximo de saúde.
Os princípios para guiar a prática emergem do sistema conceitual, cujo fenômeno é o processo vital. A prática da enfermagem procura promover a interação sincrônica entre o homem e o ambiente, fortalecer a coerência e a integridade do corpo humano, e dirigir e redigir a padronização dos campos humanos e ambientais para a realização máxima do potencial de saúde. Saúde e doença estão submersas na totalidade sinergética do homem; desvios ao longo do eixo vital resultam da complementação sincrônica do Homem e do ambiente.
A prática é criativa e imaginativa. Está fundamentada em conhecimentos abstratos, julgamento intelectual e compaixão humana.
Os objetivos da enfermagem tomam e adicionam dimensões na medida em que conhecimentos teóricos proporcionam direções à prática. A enfermagem está se dirigindo a uma nova era: a do preenchimento das necessidades humanas.
ENFERMEIRO (Nível Superior)
Um agente de mudanças: através das atividades da enfermagem ele visa encontrar relações entre o homem e o ambiente, no processo vital. Visa incorporar novos conhecimentos e processo instrucional para encontrar uma maneira de ação. O enfermeiro de amanhã será diferente do de hoje, e o de hoje é diferente do de anos passados.
Os novos horizontes da enfermagem exigem do profissional responsabilidade de elaboração das bases científicas desta ciência em desenvolvimento. O enfermeiro deve estar motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá-los, bem como para realizar investigações e pesquisas. As grandes mudanças e avanços tecnológicos que vêm ocorrendo na área de saúde estão exigindo da enfermagem ações cada vez mais arrojadas, sintonizadas com os novos tempos e os novos paradigmas.Atingir a excelência na assistência da Enfermagem apresenta-se como um caminho irreversível; caminho este que sinaliza a constante preocupação dos profissionais em buscar o aperfeiçoamento, o conhecimento disponibilizado pelas tecnologias e orientar a atuação profissional maximizando todos os recursos disponíveis. Busca-se também, alavancar a qualidade nos serviços prestados e o alto grau de satisfação dos pacientes sem perder de vista o impacto final na sua saúde.
O profissional de enfermagem precisa se conscientizar rapidamente que as necessidades dos pacientes mudaram, acompanhando uma série de alterações na vida cotidiana e no meio ambiente, bem como as contribuições advindas das ciências. O homem hoje tem sua expectativa de vida aumentada, crianças já não precisam de pais vivos para ser geradas, epidemias relâmpagos surgem e desaparecem, novas patologias são evidenciadas no dia-a-dia, assim como, aquelas que já se visualizavam como “controladas”, reaparecem.
Em contra partida, concordando com a opinião de Ruth Leigert, o profissional freqüenta um curso durante meses ou anos, ingressa no mercado de trabalho e muitas vezes não percebe que em comparação com todos os avanços, sejam eles na Medicina, Biologia, Indústria Farmacêutica, seus comportamentos frente às demanda contemporânea, precisa ser repensado. Esse repensar, assim como, a alteração de atitudes e comportamentos frente às demandas atuais, está diretamente relacionado à formação técnica, assim como à dinamização dos aspectos emocionais.
Os aspectos emocionais aos quais nos referimos, considerados no amplo contexto da enfermagem, incluem a consciência de si mesmo, maior controle da impulsividade, maior persistência e motivação, prática da empatia, zelo, habilidades sociais e resistência psicológica, conceitos esses, explicitados por Daniel Goleman em 1995, os quais nos levam a refletir o quanto necessita ser exercitados, por todas as categorias profissionais, e, no enfoque do presente artigo, pelo enfermeiro, o qual no transcorrer de sua carreira, enfrenta vários obstáculos, entre eles, as tensões, as políticas de saúde, a falta de continuidade nos projetos de assistência, os desafios do trabalho em equipe, entre outros.
Na nossa experiência profissional, temos tido a oportunidade de acompanhar o trabalho dos profissionais da área de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem, Coordenadores e Auxiliares Administrativos), nos mais variados turnos e locais (hospitais, laboratórios, clínicas,) e observamos que, mesmo enfrentando dificuldades, a equipe de enfermagem busca assumir a responsabilidade pela assistência ao paciente, interagindo com os outros integrantes (Médicos, Nutricionistas, Psicólogos, Assistentes Sociais), no que tange ao aspecto curativo e preventivo.
Entretanto, conflitos são evidenciados e muitas vezes, o enfermeiro fica dividido entre atender as necessidades e expectativas do grupo, ou da organização, ou mesmo às suas próprias necessidades, resultando frustrações, insegurança e insatisfação profissional.
Estes fatores dificultam o alcance da excelência, levando à reflexão e a busca de alternativas para amenizá-los/ modificá-los. Observamos que os enfermeiros estão atentos a estas questões e através da “genialidade inovadora”( associando a formação à experiência profissional e inteligência emocional), tem buscado incansavelmente, reverter essa situação.
Com foco nesse cenário, entendemos que algumas competências (emocionais e sociais básicas), podem contribuir para uma constante melhoria no desempenho dos enfermeiros, e suas interações nas equipes de trabalho, frente à complexidade das organizações de saúde . Destacando as contribuições de vários pesquisadores, entre eles, Daniel Goleman, assinalamos a seguir, aquelas que julgamos como principais para a excelência na prestação de serviços da enfermagem, assim como, maior alcance de Qualidade de Vida para os profissionais de saúde :
Auto-percepção – Identificar os próprios sentimentos e como eles interferem em nosso processo decisório. Estar atento às preferências que norteiam nossa tomada de decisão conhecendo nossas forças e fraquezas e reconhecendo sentimentos, tão logo eles surjam, para que possamos lidar de forma construtiva com os mesmos.
Controle de Emoções – Lidar bem com as próprias emoções, de forma que facilitem o alcance de nossas metas. Saber adiar a recompensa, dominando a ansiedade e a raiva, assim como, recuperando-se bem das aflições emocionais.
Auto-motivação – Mesmo frente aos fracassos e dificuldades, buscar forças interiores para continuar, com bom humor, otimismo, coragem, acreditando que as situações possam ser melhores, assim como, empreendendo ações para que efetivamente melhorem.
Empatia – Desenvolver a arte do “saber ouvir”, concentrando-se nos sentimentos das outras pessoas, buscando entender porque estão agindo de certa maneira e não de outra, contribuindo para o aflorar de ações preventivas, sintonizadas com as diferenças interpessoais, dinamizando o que há de melhor, em si mesmo e nos integrantes da equipe de saúde, do paciente, familiares, comunidade, ampliando a capacidade de perceber e sentir tendo como referencial a perspectiva do “outro”.
Habilidades sociais – Lidar bem com as emoções nos relacionamentos, interagindo com facilidade, liderando, intermediando, fazendo concessões e superando divergências, contribuindo para o aflorar da cooperação e da excelência nos processos de equipe.
Estas dimensões caracterizam a visão da Inteligência Emocional, a qual refere-se a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e contribuir para a motivação das pessoas, assim como gerenciar bem as emoções em nossos relacionamentos sócio-profissionais. O termo descreve a capacidade distinta e complementar da inteligência acadêmica, que se compõe de capacidades cognitivas medidas pelo Q.I., ou seja, tão importante como as habilidades cognitivas, as habilidades emocionais devem ser consideradas para a excelência no desempenho das atividades do profissional da enfermagem.
II - Desenvolvimento Temático
O contexto de trabalho caracterizado pelos Centros de Estudos, Educação Continuada e apoio dos Corens (Conselhos Regionais de Enfermagem), atentos aos aspectos cognitivos e emocionais, necessários para o desenvolvimento do profissional da enfermagem, oferecem subsídios importantes para atender com eficácia as demandas atuais, as quais entre outros fatores, assinalam pré-requisitos comportamentais e atitudinais para o efetivo desempenho do profissional de enfermagem. Dentre eles, destacam-se:
Quanto às Atitudes
Disposição para correr riscos
Curiosidade e inquietação
Abertura intelectual
Pró-atividade
Segurança
Habilidade de perceber e lidar com pessoas
Disposição tanto para ser estrela como para “carregar o piano”
Atuar em equipe, interagindo de forma efetiva com pessoas de pontos de vista diferentes.
Flexibilidade
Adaptabilidade
Comunicabilidade
Capacidade de aprender
Quanto às Competências
Concentração criativa
Capacidade conceitual
Domínio de línguas estrangeiras
Multifuncionalidade
Versatilidade
Visão de conjunto e longo prazo
Leitura diária
Capacidade de mudar
História profissional
Habilidade social e profissional
Capacidade de lidar com ambigüidades e incertezas
Capacidade para usar os conhecimentos acumulados e buscar outros (novas tecnologias, informática, etc)
Capacidade de implementar a criatividade
Equilíbrio de vida pessoal com profissional
Saber orientar os pacientes a lidarem com suas necessidades reais.
Fazer com que seu trabalho adicione verdadeiro valor aos serviços, Visão e Missão da Organização de Saúde.
O desenvolvimento de tais habilidades se dá a partir da incorporação gradativa de valores por parte do profissional de enfermagem, na medida em que sua identidade profissional se constitui no decorrer de sua trajetória acadêmica, profissional e social. As atitudes e comportamentos do enfermeiro, representam suas predisposições para a ação, onde se evidencia a prática profissional, associada à conduta humanizada que evidentemente está relacionada ao comportamento emocional/social, aliado à capacidade em discriminar objetivamente os estímulos ambientais voltados aos pacientes, suas necessidades e anseios.
Observa-se que, nos dias atuais, tem havido a preocupação do profissional em atualizar-se constantemente, o que sugere mudanças nos paradigmas atitudinais e comportamentais, visando a excelência profissional e pessoal do enfermeiro.
Do exposto, tem-se que a ênfase recai, principalmente, no desenvolvimento da competência técnica/interpessoal, possibilitando ao enfermeiro adaptar-se às mudanças, para que possa aferir resultados significativos, tanto em nível pessoal quanto em nível coletivo.
A pesquisa em enfermagem, também se constitui em fator fundamental para a compreensão das dimensões da profissão. Ela deve ser cada vez mais incentivada e implementada no dia-a-dia dos profissionais da enfermagem, ressaltando que, o Século XXI trará aos enfermeiros a possibilidade de privilegiar o saber, a partilha, a criatividade e o poder do cuidado.
Dessa forma, a conduta profissional, baseada na formação, na pesquisa, na experiência, na ampla troca de informações e conhecimentos com a equipe de trabalho, focalizada nas contribuições advindas da Inteligência Emocional, deve estar orientada para um pensamento preciso, disciplinado, que procure identificar os problemas reais ou potenciais nas pessoas (caráter preventivo), formular diagnósticos de enfermagem, definir objetivos e estratégias de intervenções, bem como proceder a uma avaliação contínua de todo o processo de assistência.
Concluindo, a prática profissional do enfermeiro está envolvida com o histórico da enfermagem, mas ao mesmo tempo, com a construção de um corpo de conhecimentos que abrange o processo de aprender a aprender ligados a aspectos de ordem científica, técnica, emocional, relacional (pessoal e interpessoal), ou seja, um conjunto de atitudes e comportamentos que contemplam valores humanistas, sintonizados com a percepção do macro ambiente.
Certamente a enfermagem vive hoje momentos de desafios e mudanças (avanços tecnológicos, reaparecimento de doenças consideradas controladas e, surgimento de outras, novas exigências dos clientes/pacientes). O cenário contemporâneo assinala nas mais variadas Organizações de Saúde do Brasil, atuações profissionais no contexto da enfermagem que se situam “para além do tratar”, ou seja, além do visível e palpável e abrangem dimensões afetivas, preventivas e expressivas dos cuidados. Tais atuações, as quais os autores já tiveram por diversas vezes a oportunidade de constatar, através de pesquisas, docência, participações em congressos (nacionais e internacionais), consultorias, levam-nos a ressaltar a importância da auto-motivação dos profissionais da área de enfermagem, para que, mesmo diante das dificuldades e das situações adversas, possam transformar ameaças em oportunidades, visando desenvolver o potencial de cada um para crescer e se desenvolver, como pessoa e como profissional. A atuação do enfermeiro, no limiar do Século XXI, tem como meta o desafio de contribuir para a recuperação, manutenção, desenvolvimento da saúde dos clientes, nas mais variadas organizações, adotando posturas pró-ativas, comprometidas com o bem-estar holístico, ou seja, bio-psico-social, com foco no equilíbrio físico/ emocional / intelectual e espiritual.
Certamente, há um valor terapêutico extra quando o profissional da enfermagem esforça-se para ser empático, estar sintonizado com os pacientes, buscando desenvolver a capacidade de ouvir e se fazer ouvido, promovendo “assistência centrada no relacionamento”, valorizando cada contato interpessoal e auxiliando as pessoas a lidarem com seus sentimentos perturbadores (ira, medo, depressão, pessimismo e solidão); ao mesmo tempo, espera-se que a postura profissional contribua para o surgimento de outras emoções nos pacientes, as quais dinamizem a recuperação/promoção de sua saúde, (alegria, auto-estima, redução de tensão, assertividade, cooperação, otimismo, coragem, assumir a responsabilidade pela própria felicidade). Tal postura, além de contribuir para o bem estar do paciente, está sintonizada com o aflorar dos processos de Qualidade de Vida do profissional da enfermagem, conforme anteriormente ressaltamos, assim como, com o conseqüente desenvolvimento das organizações de Saúde frente aos desafios dos cenários atuais e futuros.
Em síntese, os autores consideram de fundamental importância o papel social do enfermeiro rumo ao século XXI, onde certamente estarão presentes as competências: técnicas, administrativas e interpessoais, como indicadores da eficiência e eficácia profissional, visando a excelência no contexto de enfermagem.
Quando a capacidade de dormir é alterada ou o sono se intromete nas atividades diárias normais de uma pessoa, as causas devem ser investigadas
Com mais de 70 possíveis distúrbios do sono já conhecidos, a Medicina do Sono utiliza-se de várias estratégias e princípios organizados para diagnosticá-los tratá-los corretamente
Em 1990, foi publicado a Internacional Classification of Sleep Disorders (ICSD), uma classificação dos distúrbios do sono. Segundo esta classificação, os distúrbios podem ser classificados em:
Dissonias – condições primariamente psicogenéticas nas quais a perturbação predominante é na quantidade, qualidade ou regulação do sono, decorrentes de causas emocionais, isto é , insônia, hipersonia e transtorno do ciclo vigília.
Parassonias – eventos episódicos anormais que ocorrem durante o sono. Na infância estão relacionados principalmente ao desenvolvimento da criança, enquanto que no adulto eles são predominantemente psicogenéticos, isto é, sonambulismo, terrores noturnos e pesadelos.
O sono é fundamental. Ele tem a função de estabelecer o equilíbrio emocional e físico. As pessoas passam a dormir menos com a idade, especialmente a partir dos 60 anos, e isto é um aspecto perfeitamente normal. No entanto, o que intriga os pesquisadores é verificar que as mulheres têm mais insônia do que os homens (o ciclo menstrual e o conseqüente aumento da sensibilidade feminina nesse período podem provocar diminuição do sono).
Muitas vezes a troca de horário de sono é confundida com insônia.
Também não se pode esquecer que há pessoas que têm o ritmo mais diurno ou mais noturno, sem que isto signifique um grave problema.
Considerando-se o equilíbrio delicado que reina entre o ritmo do ambiente e o ritmo do nosso organismo, qualquer mudança abrupta pode provocar um distúrbio. Tanto pode ocorrer uma indisposição generalizada, fadiga, desconforto psíquico, irritabilidade, como alteração do sono.
O que se deve ter em mente é que, como a insônia não é uma doença e sim a manifestação de outras doenças, o paciente que sofre de insônia deve receber tratamento considerando a doença originária.
Pode se falar em “insônia corriqueira”, que dura poucos dias e geralmente tem um fator deflagrante bem definido, como exemplo, um problema doméstico.
A insônia crônica, por sua vez, dura mais do que três ou quatro semanas.
Pelo menos 90% dos pacientes com depressão sofrem algum tipo de distúrbio do sono. A insônia também pode ser causada por quadros de esquizofrenia, transtornos afetivos, transtornos ansiosos, por abuso de drogas, como a cocaína e as bebidas alcoólicas.
O próprio tratamento com medicamentos antidepressivos pode produzir alterações do sono. A insônia ocupa, sem dúvida, lugar de destaque entre os desconfortos que afetam o paciente, resultando em seu desgaste físico e psíquico.
Na assistência de enfermagem, os profissionais devem inicialmente conhecer os hábitos de sono do paciente.
- Proporcionar e estimular atividades evitando, assim, que o paciente durma durante o dia e permaneça desperto à noite.
- Diminuir os estímulos do meio ambiente, por exemplo: evitar conversar em tom de voz alta, limitar consumo de chá preto, café, guaraná em pó e refrigerantes, sobretudo à noite.
- Tentar fazer do quarto do paciente um ambiente confortável, sem iluminação excessiva e com temperatura agradável.
- Oferecer ao paciente um copo de leite ou uma fruta pode ajudar, sobretudo porque a atividade nervosa desvia a atenção para a digestão, facilitando assim o ato de adormecer.
- O banho morno também contribui para o relaxamento e ajuda a adormecer.
- Quando se tratar de alcoólatras, considerarem sua queixa de insônia, pois o álcool provoca insônia em estados avançados da doença.
- Procurar levar em consideração a privacidade do paciente, por exemplo: há pacientes que, quando em casa, acostumados a dormir em quartos sozinhos, se sentem deslocados e mal acomodados em enfermarias. Tem medo de sofrer agressão, ansiedade; nestes casos, procurar acomodá-los quando possível em leito individual.
Deve-se considerar que os remédios para insônia ajudam a induzir o sono, mas também causam dependências e tolerância; portanto, devem ser prescritas criteriosamente e após terem sido esgotadas as tentativas anteriores.